Festival de Música Contemporânea Brasileira
Festival de Música Contemporânea Brasileira

SOBRE O PROJETO

O Festival de Música Contemporânea Brasileira – FMCB chega à sua 8ª edição fortalecendo seu compromisso de valorização da cultura brasileira.

 

A cada edição, dois compositores brasileiros em atividade são homenageados e suas histórias se entrelaçam num panorama musical, onde as composições que marcaram suas carreiras são discutidas e celebradas em uma programação aberta e gratuita para toda a comunidade na cidade de Campinas, SP.

 

Assista ao vídeo e saiba mais sobre o Festival de Música Contemporânea Brasileira.

COMPOSITORES HOMENAGEADOS

Uma das características inovadoras do FMCB é a presença dos compositores homenageados durante as atividades, aspecto que privilegia o contato entre o público e os artistas. Para a oitava edição, o Festival de Música Contemporânea Brasileira dedica-se à vida e obra de Kilza Setti e João Bosco.

João Bosco

João Bosco, 77 anos completados em 13 de julho de 2023, nasceu em Ponte Nova, Minas Gerais. É hoje um dos mais originais violonistas e compositores da música popular brasileira. Destaca-se em sua trajetória, a parceria com Aldir Blanc, um acervo de cerca de uma centena de canções que habitam o patamar mais alto da chamada MPB – sigla que designava popularmente a música popular brasileira, para diferenciá-la da música pop e do rock (uma divisão que João Bosco jamais respeitou).

 

O triângulo virtuoso completou-se quando, no início da década de 1970, Elis Regina gravou “Bala com Bala” e “Dois pra lá, dois pra cá”.
Suas criações transitam num caldeirão onde cabem universos musicais diversificados, que vão da música brasileira pré-bossa nova, como Angela Maria e Cauby Peixoto, como o rock raiz de Elvis Presley e Little Richard.

 

A parceria com Aldir Blanc acrescentou a sua paleta criativa a música engajada das décadas de 70 e 80, síntese que amplificou o processo de retorno do país à democracia, depois de duas décadas de ditadura: “O Bêbado e a Equilibrista” (1979).

 

Coroava-se ali uma dupla essencial na cena da música brasileira, uma parceria que proporcionou músicas que eram verdadeiros vetores, denúncias das mazelas sociais, políticas e econômicas, como a parceria de 1973 “Bala com Bala”. Não foi coincidência, aliás, que sua primeira gravação tenha sido uma iniciativa do tablóide “O Pasquim”, em sua série “Disco de Bolso”, um compacto com “Agnus Sei”, em 1972.

 

Plenamente consolidado como uma das grandes estrelas criativas da música brasileira, João Bosco refinou ainda mais o seu violão, sempre tocado de modo muito pessoal, rico em misturas culturais e tecnicamente elaborado como um dos acompanhamentos mais complexos da canção brasileira.

Festival de Música Contemporânea Brasileira
Festival de Música Contemporânea Brasileira

Kilza Setti

Kilza Setti, nasceu em São Paulo no ano de 1932. Na infância, estudou  piano,com Fructuoso Vianna e Júlia S. Monteiro.Em 1953, graduou-se em  Piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.  Em 1954, selecionada em concurso,obteve bolsa para  composição com Camargo Guarnieri, até 1961. Até 1957 apresentou-se em recitais de piano  e foi solista de orquestra.

 

Em 1960 dedicou-se a pesquisas musicais em repertórios de tradição oral, entre músicos – pescadores caiçaras do litoral paulista.Em 1970 obteve bolsa de estudos pela Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa, quando iniciou estudos sobre o repertório de música da tradição oral em  Portugal Continental.

 

Em 1985 iniciou estudos entre povos GUARANI-MBYÁ e XIRIPÁ (tronco linguístico TUPI),em aldeias do litoral e planalto paulistas. Também em homenagem ao povo MBYÁ, optou por  utilizar as mesmas rezas noturnas, porém já editadas no livro “El Canto Resplandeciente”, Buenos Aires,1984) Kilza criou a obra “Ore Ru Nhamandu Etê Tenondeguá” em 1993, que  estreou na X Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 1985 . Em 1994 iniciou pesquisas na aldeia Krahô do povo Timbira (tronco linguístico JÊ), Tocantins e Maranhão, e manteve contato com as seis etnias desse povo até 2006. Com apoio do Centro de Trabalho Indigenista – CTI, propôs a criação do ”Arquivo Musical Timbira” (apoio MINC, PETROBRAS). Desse convívio resultou a inspiração para a obra HÕKREPÖJ, que estreou na “XI Bienal de Música Brasileira Contemporânea” em 1995.

 

Em seu catálogo, Kilza Setti conta cerca de 150 obras, sendo 10, premiadas em concursos nacionais.Teve obras apresentadas na Alemanha, Áustria, e outras cidades da França e Inglaterra.

 

Musicou vários poetas: entre outros, M. Bandeira, Drummond de Andrade, Hilda Hilst, Margret Hölle. além de vários  textos de Mário de Andrade.

 

Kilza é membro da Academia Brasileira de Música (ABM), da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET), da Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM). Sua produção musical procurou sempre dar voz aos  povos esquecidos ou ignorados.

Faça sua inscrição

Esta chamada tem como objetivo convidar pesquisadores(as), docentes, discentes e profissionais da música para submeter propostas de trabalhos acadêmicos e artísticos para a 8ª edição do FMCB (Festival De Música Contemporânea Brasileira).

As propostas enviadas devem se dedicar de forma direta ou transversal aos compositores homenageados pelo FMCB em 2024, Kilza Setti e João Bosco. São aceitas inscrições nas seguintes categorias:

Ouvinte, Comunicação Oral e Apresentação Artística, com as subcategorias Recital e Recital-Palestra;

Abaixo você encontra as principais informações sobre inscrições, formatação dos trabalhos, processo de avaliação e prazos. Leia atentamente!

Versão Portugês

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