Ronaldo Miranda

Compositor, professor, pesquisador e crítico musical

Ronaldo Miranda é integrante da academia brasileira de música. Foi diretor adjunto da FUNARTE e conquistou o prêmio Carlos Gomes de melhor compositor no ano de 2001. O compositor oferece um amplo catálogo musical, com peças executadas em países como Inglaterra, Suíça e Argentina.

Ronaldo Miranda iniciou sua carreira aos 18 anos atuando no departamento de relações públicas do Jornal do Brasil (JB). A partir da indicação do compositor e maestro Edino Krieger, Miranda assumiu a editoria de música, desempenhando o papel de crítico. Em simultâneo, cursava Música na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O compositor afirma que “a crítica musical abriu a minha cabeça, já que rompia com os padrões rígidos absorvidos na acadêmia. Foi através de seu trabalho como crítico, que Ronaldo Miranda se aproximou de novas linguagens e texturas sonoras que marcariam o seu labor composicional.

 

No final da década de 1970 direcionou sua atenção para a composição musical. Em 1977 conquista o primeiro prêmio no concurso de composição promovido pela II Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Sala Cecília Meirelles com a obra Trajetória, peça com texto do ex-colega de Miranda nos tempos da Faculdade de Direito, Orlando Codá.

Sua Trajetória lhe abriu caminhos pelo mundo. No ano seguinte, a peça foi indicada para representar o Brasil durante a Tribuna Internacional de Compositores da Unesco, em Paris. Com a visibilidade do prêmio e da apresentação internacional, Ronaldo Miranda ganha destaque no circuito musical, recebendo convites para apresentação e encomendas de obras.

 

A década de 80 é bastante prolífica para Ronaldo Miranda que conquista uma série de prêmios como o de melhor obra orquestral outorgado pela APCA (1982) e o terceiro prêmio no Concurso internacional de composição de Budapeste (1986).

 

Neste período escreve também, importantes obras de seu repertório musical como Concertino para Piano e Orquestra de Cordas e dá início à composição da ópera Dom Casmurro, de Machado de Assis, que se desdobrou em sua tese doutoral defendida no departamento de Artes Cênicas da USP, instituição em que leciona.

"A boa música depende de dois fatores: de uma boa técnica e da emoção que o compositor consegue colocar naquele discurso."

Ronaldo Miranda
Ronaldo Miranda. Rio de Janeiro, RJ.

Amante da literatura e da sensibilidade, Miranda buscou em prosas e versos inspiração para suas composições. Foi assim que realizou ainda as óperas A Tempestade (2006) – de William Shakespeare e O Menino e a Liberdade (2013), de Paulo Bonfim. Produziu também peças vocais inspiradas em poemas de Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa e Manuel Bandeira.

 

O compositor coleciona inúmeros prêmios ao longo de sua carreira como o Chevalier dans l’Ordre des Arts et des Lettres, do Ministério da Cultura da França (1984), Troféu Golfinho de Ouro (1981) e o prêmio de compositor do ano através do troféu Carlos Gomes da Secretaria do Estado de São Paulo (2001).

 

As obras de Ronaldo Miranda já foram apresentadas em importantes salas de concerto ao redor do mundo como o Teatro Colón, em Buenos Aires; a Tonhalle, em Zurique; o Mozarteum, em Salzburgo e o Queen Elizabeth Hall, em Londres. O artista realizou uma residência artística no Brahmshaus Studio, em Baden-Baden – Alemanha, onde compôs a peça Festspielmusik.

 

O compositor foi diretor-adjunto do Instituto Nacional de Música da FUNARTE e diretor da Sala Cecília Meireles. Além disso, ocupa a cadeira de número 13 na Academia Brasileira de Música. Por sua contribuição à música e à cultura nacional, o Festival de Música Contemporânea Brasileira homenageou Ronaldo Miranda em sua terceira edição, realizada em 2016 na cidade de Campinas.

Fontes

Academia Brasileira de Música

FUNARTE

Musica Brasilis

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