Assim como boa parte dos jovens nascidos no pós-guerra, Paulo Costa Lima se encantou com o rock cuja sonoridade, nascida nos Estados Unidos, não tardou a se espalhar pelo mundo. Primeiro, com os brasileiros da Jovem Guarda e logo, a música que chegava de além-mar com os Beatles se tornaram temas de seu interesse, cujas notas ensaiava no violão.
Passeou também pela bossa-nova, e por toda profusão sonora brasileira, que eram devidamente dedilhadas nas seis cordas do instrumento. Dali, para a sua formação musical, foi um salto. Um voo repleto de novas e vibrantes correntes de ar trazidas com o despontar da vanguarda baiana. Ingressou nos Seminários de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1969 e por entre as salas e os corredores da universidade, sentiu e vibrou com as produções de Lindembergue Cardoso, Walter Smetak, Milton Gomes, Fernando Cerqueira e Ernst Widmer.
Contudo, o compositor considera que a assinatura da coleção de discos distribuídos pela editora Abril, feita pela mãe, foi o ato definitivo que o aproximou da música erudita. Mozart, Bach, Beethoven, Tchaikovsky, Vivaldi e outros compositores, preenchiam a casa com suas melodias.
E enquanto Paulo, via o disco girar na vitrola, o seu desejo em estudar piano se acendia. O fascínio pela música, contudo, não demoveu Paulo Costa Lima de seguir o caminho, para o qual, desde muito cedo apontava: a medicina. “Passei em primeiro lugar” relembra ele (Rádio Cultura).
No entanto, esta relação durou pouco, e o compositor passou apenas um ano na escola de medicina da UFBA, migrando para o curso de Música na mesma universidade. Realizou parte de sua graduação nos Estados Unidos, na Universidade de Illinois, instituição onde também realizou o seu mestrado, concluído em 1977.
Em 1979 inicia sua carreira como docente na UFBA, ministrando disciplinas de Composição, História da Música e Literatura Composicional.
Paulo Costa Lima defende que não é possível pensarnas práticas composicionais sem incluir as teorias que as cercam, por este motivo, afirma que talvez, seja mais correto tratar estes processos como um amálgama, que é conformado por inúmeros elementos(Rádio Cultura).
Entre os anos de 1995 e 2000 concluiu seus dois doutorados, em Educação (UFBA) e em Artes (USP). Nos dois, se dedicou a pesquisar elementos pedagógicos e musicais de da atuação do compositor Ernst Widmer.
Em suas obras, se preocupa em aplicar aspectos provenientes da diversidade cultural baiana.
O compositor cria uma espécie de bricolagem, onde o erudito, os orixás, a música europeia e as sonoridades tradicionais do interior brasileiro, habitam no que ele chama de “entre-lugar”.
O conceito, advindo dos estudos pós-coloniais ajuda a demarcar a posição de Paulo Costa Lima que, afirma que “o melhor esforço de resistência diante dos colonialismos da vida é insistir na construção de diferença, e, no caso, na construção de atitudes de transformação, inclusive do contexto local – busco como pesquisador, reconstituir as marcas desse verdadeiro processo de resistência que se estruturou na Bahia em torno do compor” (Guilherme Bertissolo, Revista Música Hodie).
O músico formou parte da Orquestra Sinfônica da Bahia e atuou em cargos de gestão na universidade.
Foi também o presidente da fundação Gregório de Mattos (2005-2008), que é responsável pela gestão cultural em Salvador.
Em seu catálogo estão registradas mais de 100 obras, que foram executadas em países como Estados Unidos, Bélgica e Alemanha. Além disso, o compositor publicou uma série de livros, o que lhe abriu caminho para uma vaga na Academia de Letras da Bahia. Paulo Costa Lima ingressou, também, para a Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira de número 21.
Entre os principais prêmios recebidos ao longo sua trajetória, estão a Bolsa Vitae (1995), Prêmio Copene de Cultura e Arte (1996), e Prêmio Nacional de Composição da FUNARTE (2015). Por sua imensa contribuição à música e à cultura nacional, o Festival de Música Contemporânea (FMCB) homenageou o compositor Paulo Costa Lima durante a sua 3º edição, realizada em 2016.
Fontes
Musica Brasilis
Rádio Cultura
Revista Música Hodie
Site Oficial Paulo Costa Lima
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