Ao longo desta semana o FMCB apresenta uma série de conteúdos dedicados à vida e à obra do compositor Edmundo Villani-Côrtes, que completa 90 anos no próximo domingo, dia 8 de novembro. A proposta é empreender uma viagem através da prolífica obra de Villani-Côrtes e repassar os principais marcos da carreira de um dos principais compositores brasileiros.
Abrindo esta série de homenagens iremos relembrar alguns pontos apresentados pela professora Iracele Vera Lívero (UNESP) durante a palestra apresentada durante a primeira edição do festival em 2014. Na exposição intitulada “Edmundo Villani-Côrtes (1930): trajetória, obra e situação na música brasileira”, a pesquisadora se concentra em explorar elementos biográficos do compositor e de suas principais características composicionais e articulá-los ao cenário da música no país.
Neste texto iremos destacar alguns dos elementos abordados pela professora com relação à obra de Edmundo Villani-Côrtes. O compositor, que é um dos mais tocados nas salas de concerto do Brasil e do exterior possui um catálogo vasto e diversificado. Segundo Iracele Lívero o compositor escreveu “obras sinfônicas (duas sinfonias, Caeté Juarê para orquestra sinfônica), para orquestra de cordas, de sopros (Congada), uma ópera (Poranduba), música concertante em profusão – piano e orquestra, clarinete e orquestra, flauta e orquestra, voz e orquestra, trompete e orquestra, entre outros – muitas e variadas combinações em música de câmera, duos, trios, quartetos, quintetos, sexteto, canções de câmera e outras peças vocais, música solística não só para piano e violão, mas para diversos instrumentos, música sacra (cantatas e um Te Deum)”.
Dentro de seu repertório multi-instrumental, que também inclui obras vocais, as peças para piano e para flauta possuem certo destaque. Esta inclinação talvez seja reflexo do ambiente familiar. A mãe de Edmundo, Cornelia Villani-Côrtes, tocava piano. O pai, Augusto, era flautista. Desta miscelânea surgem peças como Vocalise, Cinco Miniaturas Brasileiras, Os Borulóides e Duas Meninas.
Observando esta variedade, o compositor defende que sua produção nunca se apegou à ideias, “escolas”, “fases”: “não consigo entender isso de fase, escola, etc. Você usa a ideia musical de acordo com o gosto, intenção, etc. Ficar aguilhoado a uma só coisa não faz sentido” (Lívero, 2014). Esta característica, talvez tenha contribuído para que Villani-Côrtes tenha transitado com tanta fluidez por entre o clássico e o erudito, como bem destaca o professor Antônio Ribeiro. Ao longo desta semana iremos apresentar outras características e perspectivas do compositor que completa 90 em 2020.
Você pode ler o texto da palestra proferida pela professora Iracele Vera Lívero na íntegra clicando aqui. Fique ligado em nossa programação em homenagem a Edmundo Villani-Côrtes!